Quase metade dos estudantes de AL não terminam o ensino médio na idade adequada

Em Alagoas, 55% dos estudantes terminam o ensino médio na idade considerada adequada. Isso quer dizer que quase metade deles, 45 a cada 100 estudantes, não conseguem concluir os estudos antes dos 19 anos. Os dados são do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2021.

O levantamento, elaborado pelo movimento Todos Pela Educação, em parceria com a Editora Moderna, considera dados de 2020 e foi divulgado nesta semana.

“Sem conclusão dos estudos da educação básica ou com término tardio, o jovem tem maior dificuldade de entrada em cursos superiores e grandes desafios para inserção no mercado de trabalho. Mercado este que não é favorável mesmo para o jovem que está na idade esperada e cursando o ensino superior”, alerta Solange Petrosino, diretora acadêmica do grupo Santillana, que publica o Anuário em parceria com o Todos Pela Educação.

Quando observada a situação dos estudantes da capital, a situação é um pouco melhor. São 66% os que conseguem concluir o ensino médio até os 19 anos. O Anuário também avalia a aprendizagem dos alunos por disciplina.

Em Alagoas, 27,7% dos alunos da rede pública terminam o ensino fundamental com aprendizagem adequada em língua portuguesa. No ensino médio, são 20,7%. O aprendizado em Maceió é de 27,3% e 24,6%, respectivamente.

Solange aponta um outro problema: a evasão escolar, causada por diversos fatores, entre eles a gravidez precoce, a dificuldade de aprendizagem, a ida para o mercado de trabalho, pobreza, violência e a percepção de uma educação sem significado e importância para a vida dos jovens.

“Ao ser excluído do sistema educacional, fica muito mais difícil tentar retomar seus estudos depois da faixa etária prevista, pois as condições não favorecem: normalmente esses jovens ficam com baixa autoestima e baixa resiliência emocional, e estar entre estudantes com faixa etária diferente exige um esforço maior de adequação e pertencimento”, pontua a diretora.

Sobre a qualificação dos professores, o estudo concluiu que 53,4 das turmas do ensino fundamental têm professores com formação compatível com a disciplina que lecionam. No ensino médio, a taxa é de 66,8%.

Educação na pandemia

O Brasil começou o ano de 2020 (período ainda anterior à pandemia da Covid-19) com 9% a menos de matrículas em tempo integral na educação básica, na comparação a 2019. Em termos relativos, o país chegou a 12,9% das matrículas da educação básica sendo em tempo integral – percentual que era de 14,2% em 2019.

O estudo aponta também que, durante a pandemia, os estados e os municípios brasileiros investiram em educação R$ 21 bilhões a menos do que no ano anterior. O corte nos municípios foi de R$ 10 bilhões e, nos estados, de mais de R$ 11 bilhões.

O Anuário mostra um cenário preciso dos desafios que serão encontrados na retomada das aulas presenciais.

“O avanço das matrículas em tempo integral já era uma estratégia fundamental para melhorar a qualidade da Educação antes da Covid-19, e apesar de um importante crescimento na etapa do Ensino Médio, quando olhamos para o todo percebe-se que estamos rumando no sentido contrário”, afirmou Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.

 

Fonte: G1/AL

 

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