Sesau orienta municípios a intensificarem ações de vigilância contra o Aedes aegypti
Diante do aumento de casos de dengue, Zika e chikungunya em Alagoas, no primeiro quadrimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) emitiu Nota Técnica aos 102 municípios, orientando sobre a intensificação das ações de combate ao Aedes aegypti, transmissor das três doenças. A medida visa mobilizar os agentes de endemias municipais para que intensifiquem a busca ativa dos focos do mosquito vetor, bem como, mobilizar as Secretarias Municipais de Saúde (SMSs) para que promovam ações educativas junto à população, evitando uma epidemia das três arboviroses este ano.
De janeiro a abril deste ano, Alagoas registrou 2.870 casos de dengue, contra 491 do mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 584%, mas sem o registro de óbitos confirmados. Com relação à chikungunya, o Estado registrou 413 casos nos quatro primeiros meses deste ano, contra 53 em 2021, o que equivale a um crescimento de 779%. E quanto à Zika, foram confirmados 34 casos nos primeiros quatro meses do ano passado, contra 143 neste ano, evidenciando uma alta de 420%.
Conforme a Nota Técnica, no acumulado das Semanas Epidemiológicas de 1 a 16, já são 3.361 casos suspeitos de dengue em 62 municípios, o que representa 60,68%. Já os 40 municípios restantes estão sem registro, considerados silenciosos. Já nas últimas quatro Semanas Epidemiológicas, de 13 a 16, são 40 os municípios que apresentam com notificações, com destaque para os municípios de Atalaia, Barra de São Miguel, Branquinha, Marechal Deodoro, Matriz do Camaragibe, Porto de Pedras, Quebrangulo e União dos Palmares, que sinalizam para situação de alerta e risco de surto ou epidemia.
Segundo Diego Hora, gerente de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis, é importante que as Secretarias Municipais de Saúde intensifiquem as ações de campo, por meio dos agentes de endemias. “Com a elevação dos casos de dengue em mais de 500% este ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, requer das equipes de vigilância epidemiológica, entomológica e de Atenção Primária, agilidade para a tomada de decisão quanto à intensificação simultâneas das atividades de assistência ao paciente suspeito entre as arboviroses e o controle vetorial”, salientou.
Vigilância e Assistência – Diego Hora enfatizou que, na área de Vigilância Epidemiológica, as SMSs devem acompanhar e monitorar, diariamente, as notificações dos casos suspeitos entre as arboviroses e atuar para a tomada de decisão quando sinalizada a elevação desses registros. Ele recomendou, também, a intensificação da busca ativa nos prontuários e fichas de atendimentos das portas de entrada das urgências e emergências, no intuito de captar casos subnotificados, além de monitorar os casos suspeitos, realizar a investigação em tempo real dos casos e óbitos notificados.
Com relação ao Controle Vetorial, o gerente de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis, ressaltou que as gestões municipais devem promover ações integradas entre as áreas de saúde e educação e mapear os territórios com maior índice de infestação predial, realizar bloqueios de transmissão. Os agentes de endemias municipais também devem intensificar as visitas domiciliares e as SMSs devem utilizar a pulverização com fumacê em casos específicos, onde exista a ocorrência de óbitos suspeitos e a taxa de incidência seja igual ou superior a 300 casos por 100 mil habitantes.
Por fim, quanto à assistência, Diego Hora orientou que os gestores municipais devem sensibilizar os profissionais de saúde para a detecção oportuna dos pacientes com suspeita de dengue, Zika e chikungunya. “Para isso devem ser priorizadas as práticas do manejo clínico adequado, evitando, desse modo, a evolução dos casos para as formas graves das doenças, o que pode levar ao óbito dos pacientes”, frisou o gerente de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis, reforçando que cada cidadão deve fazer a sua parte no combate ao Aedes aegypti, mantendo limpas as residências, tampados os recipientes que acumulem água e evitando o cultivo de plantas aquáticas.
por Josenildo Törres – Sesau/AL