Diagnóstico rápido e isolamento podem ajudar a conter surto de meningite
O surto de meningite meningocócica em Maceió, anunciado na semana passada, fez com que ações de enfrentamento fossem criadas para evitar a propagação da doença. Vacinação, diagnóstico rápido e medidas de isolamento e tratamento são as principais formas de combate.
A meningite meningocócica pode ser causado por bactérias e afeta pessoas de qualquer idade. Os sintomas são muito parecidos com os da gripe. Em Alagoas, 64 casos de meningite foram registrados esse ano, sendo 29 casos de meningocócica – 27 deles foram detectados em Maceió.
Na segunda-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) promoveu uma reunião com representantes das Secretarias da Saúde do Estado de Alagoas (Sesau) e do Município de Maceió (SMS) para que fossem apresentadas estratégias de combate ao surto.
Vacinação
A vacinação foi colocada como a principal forma de prevenção. O Sistema Único de Saúde oferece a maioria das vacinas contra os diferentes tipos de meningite. A única que não é oferecida é a do sorotipo B, que pode ser encontrada em clínicas particulares, o preço varia de R$ 650 a R$ 850, a dose.
Os especialistas da Sesau e da SMS informaram que a incorporação da vacina contra meningite do tipo B na rede pública de saúde depende de maiores evidências e que, por isso, ainda não existe uma previsão de gratuidade pelo SUS.
Na capital, é possível encontrar vacinas contra os outros tipos de meningite em postos de saúde, no CAT Praia, Saúde da Gente e também em pontos colocados no Maceió Shopping e Pátio Shopping. As vacinas oferecidas são:
Meningocócica C: protege contra a doença meningocócica causada pela Neisseria meningitidis sorogrupo C
Meningocócica Conjugada A, C, W e Y: protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y
BCG: que protege contra a meningite turberculosa
Pentavalente: protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite causada pelo Haemophilus influenzae sorotipo b
Pneumocócica 10: protege contra as infecções invasivas, entre elas a meningite causada por dez sorotipos do Streptococcus pneumoniae
Quimioprofilaxia
Essa medida é para evitar o desenvolvimento da doença nos indivíduos infectados e para impedir também o aparecimento de novos casos.
A Sesau informou que diante dos casos suspeitos, é feita busca ativa nas unidades hospitalares e pré-hospitalares. Aparecendo casos suspeitos, a quimioprofilaxia é feita em escolas, creches, abrigos da capital e do interior de Alagoas.
Diagnóstico rápido
Os casos suspeitos de meningite em Alagoas passam pelo Laboratório de Biologia Molecular de Alagoas, o Lacen. Antes, as amostras eram colhidas e enviadas para laboratórios fora do estado e isso demorava o acesso rápido ao diagnóstico.
De acordo com a Sesau, hoje o Lacen libera o resultado dos exames em até 24h, o que ajuda na adoção de medidas de quimioprofilaxia.
Atualizações
O Ministério Público Federal deu prazo de 10 dias para que a Secretaria de Saúde do Município envie um plano de conscientização da campanha de vacinação no Município. A Sesau também deve apresentar o planejamento de capacitação para os municípios do interior.
O MPF informou que notificará o Ministério da Saúde sobre a necessidade de disponibilizar informações em tempo real sobre a vacinação, fornecer insumos para o Lacen e apresentar o relatório final da investigação atual do surto, que foi apresentado na sexta-feira (15), mas não foi entregue as secretarias de estado e município.
Fonte: G1/AL