AL: Policiais civis podem entrar em greve por tempo indeterminado
Alegando traição por parte do governo de Alagoas, policiais civis do Estado realizam assembleia geral na segunda-feira, 13, para decidir sobre um indicativo de greve por tempo indeterminado.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), a categoria foi surpreendida no final de dezembro do ano passado, com o envio governamental do projeto de serviço voluntário à Assembleia Legislativa, que contempla apenas os delegados, excluindo os agentes e escrivães de polícia.
Segundo o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, um canal de negociação chegou a ser aberto entre categoria e Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). O secretário da Seplag, Fabrício Marques, revela Nazário, chegou a propor um calendário para tratar dos itens da pauta, como a periculosidade, serviço voluntário, reajuste do piso salarial, entre outros pontos, o que não aconteceu.
“A categoria se sente traída com a atitude do governo. Fica difícil negociar com um governo que não tem compromisso com os policiais civis”, justifica Nazário. “O Sindpol batalha pela valorização dos agentes e escrivães que percebem o pior salário da segurança pública com nível superior em Alagoas”, completa.
Segundo ele, o soldado da Polícia Militar, que é nível médio, recebe piso salarial maior que os agentes e escrivães. “O governo do Estado também deve 16% de perdas salariais e ainda concedeu 29% de reajuste apenas aos delegados”, informa.
Na interpretação do Sindpol, será mais dinheiro no bolso do delegado, “aumentando ainda mais o foço entre delegado, agente e escrivão, o que gera desmotivação profissional”.
Ricardo Nazário ressalta a importância do trabalho investigativo da Polícia Civil no combate à violência, com a redução de um terço dos homicídios em Alagoas, “que governo tanto divulga para a sociedade, além de servir de exemplo para outros estados. Mas o governo se esquece de valorizar quem está na ponta ou combatendo a criminalidade”.
por Carlos Nealdo/Gazetaweb