Produto essencial, pão sofre reajuste e já está 5% mais caro em Alagoas
Com o aumento do valor do trigo, em decorrência da guerra na Ucrânia, ficou difícil para os panificadores manterem os preços atuais
O pão francês já está pesando mais no bolso do consumidor alagoano. Com o aumento do valor do trigo, em decorrência da guerra na Ucrânia, ficou difícil para os panificadores manterem o preço que vinha sendo praticado, e o repasse precisou ser feito para que os negócios continuassem funcionando.
Com o aumento de 5%, o valor médio do quilo do pão passou de R$ 14,29 para R$ 14,99 nas padarias. Diante da instabilidade do mercado, novos reajustes não estão descartados.
De acordo com o presidente da Associação dos Panificadores do Estado de Alagoas (Apea), Clodoaldo Nascimento, o aumento precisou acontecer para que as padarias pudessem continuar em pleno funcionamento. Segundo ele, a saca de 50 kg do trigo passou de R$ 190 para R$ 220, um reajuste de 15%.
“Nós, como panificadores, tentamos segurar os preços, mas chega um momento que fica inviável e insustentável para os negócios. Aplicamos um reajuste inferior ao registrado na saca do trigo porque o pão não é feito só de trigo, leva outros produtos, cujos preços ainda não aumentaram”, explica Clodoaldo.
Com o cenário nada animador em relação à guerra, que tem mexido com toda a economia global, a expectativa é que o aumento dos preços não pare por aí e os panificadores não descartam novos reajustes nos próximos dias.
“As elevações do trigo são absurdas. Em um ano, o valor da saca subiu 100%. Provavelmente, pelo que tenho visto e lido, o impacto real nos preços deve acontecer neste mês de abril. Nós entendemos o lado do consumidor, e principalmente do assalariado, que tem o poder de compra achatado com tudo isso, tentamos segurar os preços, reduzindo a margem de lucro, mas chega um momento que isso fica inviável”, pontua Clodoaldo.
Esse foi o primeiro aumento do pão em 2022. O último reajuste havia ocorrido em Alagoas em agosto de 2021. Na ocasião, o quilo do produto subiu 10%.
PRODUTOS DA CESTA BÁSICA
Apesar do receio do consumidor de que os itens que compõem a cesta básica também tenham os preços disparados, a Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA) informa que nenhum produto sofreu reajuste até o momento. Isso porque os que estão sendo comercializados nos estabelecimentos de Alagoas estavam em estoque e não foram adquiridos mais caros.
“Nós só repassamos o reajuste para o consumidor quando, realmente, compramos mais caro. Até o momento, não tivemos nenhum reajuste porque não recebemos novos produtos. Mas quando eles chegarem, com certeza, virão com os preços mais elevados e as coisas vão sofrer aumento”, afirmou o presidente da ASA, Raimundo Barreto, destacando não saber quais produtos chegarão primeiro e nem o percentual de reajuste que será aplicado.
por Jamylle Bezerra – Gazetaweb