Óbitos por dengue e chikungunya crescem em AL em 2022

Os números não mentem e mostram que houve um aumento significativo dos casos de doenças causadas pelo mosquito aedes Aegypti, as chamadas arboviroses, ao longo de 2022 em Alagoas. O crescimento se deu não só em relação ao número de pessoas que tiveram as doenças, mas também quando se fala de mortes. Um salto de dois óbitos para seis somente no que se refere aos casos de dengue.
A situação é preocupante, especialmente nesta época do ano, quando há o aumento das temperaturas. Por isso, é fundamental que a população esteja atenta e não deixe água parada e exposta – meio pelo qual ocorre a reprodução do mosquito. Observar os vasos de plantas e outros objetos, como pneus, garrafas e até as tampinhas delas, que porventura tenham sido deixados em quintais e garagens, é um cuidado essencial e que não pode ser deixado de lado.
Para se ter uma ideia, foram 41.192 casos de dengue ao longo do ano, número que representa uma média de 3.432 pessoas com a doença por mês no estado, ou 114,4 pessoas infectadas por dia. Em 2021, foram 10.240 casos. Ou seja, houve um crescimento de mais de 300% nos registros de dengue em Alagoas.
Quando o assunto passa a ser a chikungunya, também houve crescimento. Um salto de 860 casos e nenhuma morte em 2021, para 11.266 e dois óbitos no ano passado. O crescimento dos casos representa um aumento de mais de 1.200% nos registros da doença no estado.
Os dados são do Sistema de Informação de Notificação de Agravos do Ministério da Saúde (Sinan/MS) e foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau). Eles trazem ainda o panorama dos casos de zika ao longo do ano. Foram 1.162 registros e nenhum óbito em 2022, enquanto 2021 registrou 444 casos e nenhuma morte.
Dengue
De acordo com boletim epidemiológico divulgado pelo MS, de janeiro a dezembro de 2022, foram registrados 1.450.270 casos prováveis de dengue – uma taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil habitantes- em todo o Brasil. Quando comparado com o ano de 2021, ocorreu um aumento de 162,5% casos.
Para o ano de 2022, a Região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 2.086,9 casos/100 mil habitantes, seguida das Regiões: Sul (1.050,5 casos/100 mil habitantes), Sudeste (536,6 casos/100 mil habitantes), Nordeste (431,5 casos/100 mil habitantes) e Norte (277,2 casos/100 mil habitantes).
Em relação ao número de mortes, foram confirmados 1.016 óbitos por dengue, sendo 872 por critério laboratorial e 144 por critério clínico epidemiológico.
Chikungunya
Já quando se fala em chikungunya, o MS registrou, ao longo de 2022, 174.517 casos prováveis, o que representa uma taxa de incidência de 81,8 casos a cada 100 mil habitantes no Brasil. A capital Maceió aparece como o segundo município do país com o maior registro de casos prováveis da doença.
O primeiro foi Fortaleza-CE, que apresentou 20.453 registros, um total de 756,5 casos a cada 100 mil habitantes. Em Maceió, foram 5.984 casos, sendo 580 deles a cada 100 mil habitantes. Depois da capital alagoana, os outros cinco municípios com os registros mais altos também ficam no Nordeste, sendo três no Ceará, um no Piauí e um na Paraíba, respectivamente.
Em todo o país, em 2022, foram confirmados 94 óbitos para chikungunya, sendo que o Ceará concentrou 41,5% (39) delas. Até a divulgação do boletim, nos primeiros dias de janeiro deste ano, 15 óbitos pela doença estavam sendo investigados no Brasil.
Zika
Com relação aos dados de zika, O MS mostra que ocorreram 9.204 casos prováveis da doença até o início de dezembro de 2022, correspondendo a uma taxa de incidência de 4,3 casos por 100 mil habitantes no país. Quando comparado com o ano de 2021, houve um aumento de 42% no número de casos. Até a referida data, havia sido confirmado um óbito por zika no País, ocorrido no estado de Goiás.
A Região Nordeste apresentou a maior incidência de casos de zika em 2022 (13,3 casos/100 mil hab.), seguida das Regiões Norte (3,3 casos/100 mil hab.) e Centro- -Oeste (1,7 casos/100 mil hab.). O município de União dos Palmares, no interior de Alagoas, está entre os que apresentaram números altos de casos da doença, com 206 registros, sendo 312,3 casos a cada 100 mil habitantes.
Em relação aos casos de zika em gestantes, foram registrados 591 casos prováveis, sendo que Alagoas também figura entre os que registraram maiores números de casos. Foram 210 no Rio Grande do Norte, 53 na Bahia, 53 na Paraíba, 48 em Alagoas e 43 em Pernambuco. Juntos, esses estados concentraram 68,9% dos casos no Brasil.
Fonte: Gazetaweb