Varíola dos macacos: infectologista diz que, apesar de casos suspeitos, não há circulação do vírus em AL

O número de casos de pacientes com suspeita de monkeypox, a varíola dos macacos, quase dobrou em uma semana em Alagoas. Dados divulgados pela Secretaria do Estado da Saúde (Sesau), nessa sexta-feira, 5, mostraram que 13 casos ainda estão sob investigação, enquanto o 14º caso, notificado anteriormente, já foi descartado. Um homem, que reside em Maceió, se encontra internado no Hospital Hélvio Auto, após os sintomas e as lesões na pele se agravarem.

 

O infectologista Fernando Maia informou, em entrevista à TV Pajuçara, que, apesar da suspeita de pessoas contaminadas, não há circulação do vírus no estado. O médico também destacou que nenhum paciente necessita de medicação específica e, em quase todas as situações, a pessoa foi isolada para evitar a possível transmissão da enfermidade para terceiros.

 

“Até o momento, a gente sabe que não há circulação do vírus no estado. Então os pacientes que provavelmente virão com o resultado positivo, são pacientes que podem ter viajado para outros estados ou até outros países, e tiveram contato com outros pacientes. Ou pessoas daqui que tiveram contato com esses pacientes que viajaram para formar o que a gente chama de vínculo epidemiológico”, disse Maia.

 

“Na grande maioria dos casos, que são leves e sem gravidade, é necessário isolar as pessoas para evitar contato. A gente vai tratar a dor, tratar a febre, se tiver. Existe medicação específica, mas não está disponível no Brasil ainda […] Até aqui não há nenhum caso grave em Alagoas, desses pacientes com suspeita da doença, que indiquem necessidade de usar medicamento específico”, continuou.

 

O infectologista também explicou que o paciente internado no Hospital Hélvio Auto, em Maceió, apresentou sintomas semelhantes ao que já foi visto sobre o “monkeypox”. Ele tem um quadro que sugere [a doença]. É importante dizer que existem outras doenças que fazem lesões de pele parecidas. Posso citar a catapora, o impetigo cutâneo, e às vezes dá pra confundir muito uma com a outra. É por isso que não dá para dizer antes do exame se é a doença varíola dos macacos ou não. O diagnóstico diferencial pode ser muito difícil por causa dessas coisas”, destacou o médico.

 

Fernando Maia também salientou que o período de isolamento para os demais pacientes é de até 21 dias. “É o período em que a doença se transmite. Ela começa com febre, depois vêm as lesões de pele, que começam com manchinhas, depois formam uma bolha d’água, tipo a da catapora, e após, ela fica amarela e se forma em crosta, para depois cair. Durante todo esse período, o paciente é capaz de transmitir a doença, por isso a recomendação é de até 21 dias”.

 

Ainda na entrevista para o programa Cidade Alerta Alagoas, o médico destacou que a grande circulação de pessoas entre os estados pode resultar em casos confirmados em breve no estado. “São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais já têm transmissão comunitária do vírus. Isso é o esperado quando as pessoas doentes ainda começam a circular. Em Alagoas, graças a Deus, até o momento, só temos casos suspeitos, nenhuma confirmação, embora acreditamos que é questão de tempo para confirmar. A circulação de pessoas é muito grande entre os estados, muitos alagoanos vão às compras, ou resolvem negócios nesses estados”.

 

Recomendação – O infectologista Fernando Maia destacou ainda que a principal forma de transmissão, como já visto em casos confirmados, é o contato direto, o toque na pele de outra pessoa. Ele afirmou que a redução de parceiros sexuais pode evitar um número maior de casos.

 

“A primeira recomendação é reduzir o número de parceiros sexuais. Quanto menor for o número, menor é o risco de pegar a doença. É importante dizer que ela não foi classificada ainda como doença sexualmente transmissível, mas na relação sexual pode ter transmissão pelo contato físico dessas pessoas”.

 

“A principal forma de transmissão é o contato direto, é tocar na pele da pessoa. Tanto é que na maioria dos casos que temos visto, a contaminação se deu em contato por relação sexual. Não que ela seja transmissível sexualmente, não é. É o contato de pele. Os casos que foram confirmados lá fora, a contaminação se deu nesse contexto”.

 

Ainda segundo o infectologista, o paciente pode ser contaminado também por meio de transmissão respiratória, embora a chance seja reduzida. “A doença tem pouca transmissão respiratória, mas os profissionais de saúde que estão na linha de frente de atendimento devem usar máscara, porque nesse contato próximo com as pessoas, pode ter a contaminação por gotícula de saliva”, concluiu.

 

 

 

Fonte: TNH1 com TV Pajuçara

 

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