Alagoas é o 3º Estado onde mais cresceram casos de estupro

Dados constam no Anuário Brasileiro de 2022, divulgado nesta terça pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Alagoas foi o terceiro Estado onde mais cresceram casos de estupros de mulheres em 2021, conforme revela o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, relativo à violência letal e sexual de meninas e mulheres no Brasil. O estudo foi divulgado nesta terça-feira (8), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Aqui, foram 676 registros em 2020 e 835 no ano passado, representando um aumento de 23,5%. A taxa subiu de 38,3 para 47,1 crimes desta natureza por cada grupo de 100 mil habitantes, de acordo com o levantamento, antecipado propositadamente em razão do Dia Internacional da Mulher.

Em 2021, 18 unidades da Federação tiveram um acréscimo nos registros de estupros de mulheres em relação ao ano anterior. O campeão de aumento foi a Paraíba (111,3%), seguida do Maranhão (46,3%), Alagoas (23,5%), Piauí (19,3%), Sergipe (19%) e Rio Grande do Norte (16,9%), cujos casos superaram, no ano passado, o patamar anterior à pandemia. Em 2019, Alagoas teve 733 notificações e taxa de 41,7 por 100 mil habitantes.

Apenas 8 Estados apresentaram redução no número de registros de violência sexual: Distrito Federal (-23,1%), Amazonas (-14,3%), Espírito Santo (-5,9%), Santa Catarina (-5,2%), Pernambuco (-4,3%), Rondônia (-1,2%), Mato Grosso (-1,0%) e Minas Gerais (-0,4%).

FEMINICÍDIO

O anuário também expõe o número de feminicídios no Brasil, nos últimos três anos. Alagoas está no grupo dos que apresentaram queda nos casos, mas insuficientes para ficar abaixo da média nacional. Em dados absolutos, aconteceram 44 mortes de mulheres com causa de feminicídio em 2019, outras 35 em 2020 e mais 25 no ano passado, totalizando 104 casos em três anos.

A redução entre 2020 e 2021 alcançou 28,6%. A taxa deste crime oscilou entre 2,5 e 1,4 casos por 100 mil habitantes. No país, o índice é de 1,22, abaixo do registrado aqui.

Apenas 7 Estados registraram taxas de feminicídio abaixo da média nacional no ano passado: São Paulo (0,6), Ceará (0,7), Amazonas (0,8), Rio de Janeiro (0,9), Amapá (0,9), Rio Grande do Norte (1,1) e Bahia (1,1).

No entanto, segundo o estudo, estes dados precisam ser interpretados com cautela, na medida em que alguns Estados ainda parecem registrar feminicídios de forma precária, como é o caso do Ceará, Estado em que 308 mulheres foram assassinadas no último ano, ou seja, apenas 10% do total de mulheres vítimas de homicídio foi enquadrado na categoria feminicídio.

Os estados que registraram as maiores taxas de feminicídio – muito superiores à média nacional – foram Tocantins (2,7), Acre (2,7), Mato Grosso do Sul (2,6), Mato Grosso (2,5) e Piauí (2,2).

Em 2021, ocorreu um total de 1.319 feminicídios no país, recuo de 2,4% no número de vítimas registradas em relação ao ano anterior. No total, foram 32 vítimas de feminicídio a menos do que em 2020, quando 1.351 mulheres foram mortas. No ano passado, em média, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas.

 

por Thiago Gomes – Gazetaweb

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